Resolução sobre as Eleições Municipais de 2024

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Crédito: Leandro Paiva / @leandropaivac

1. As Eleições Municipais na Capital de São Paulo em 2020 encheram o povo paulistano de esperança. O PSOL teve uma campanha militante, de rua e de redes que nos levou dos 7 segundos na TV para o segundo turno da disputa da prefeitura, nos colocando em outro patamar e reforçando a capacidade política e eleitoral que o partido tem na maior cidade da América Latina

2. Em 2020 elegemos o maior número de parlamentares da história do Partido na Câmara Municipal, graças à força e crescimento do partido, além do ganho fundamental de contar com uma candidatura à prefeitura com a expressão que foi a candidatura de Guilherme Boulos.

3. De 2020 para 2023, muita coisa mudou, inclusive o Prefeito. O prefeito eleito em 2020 era o candidato do establishment, com a sucessão ao vice, até então um desconhecido do povo paulistano, o medo de perder a prefeitura e a ânsia por tentar reverter a alta taxa de desconhecimento fez com que o atual Prefeito travasse quaisquer iniciativas dos Vereadores do PSOL e a busca pela reeleição tomasse conta da política e da estrutura da Prefeitura de São Paulo.

4. Em 2022, com a vitória de Lula na disputa presidencial, a esquerda pôde derrotar eleitoralmente Bolsonaro à nível nacional, porém o Estado de São Paulo segue como um importante articulador do bolsonarismo com a vitória de Tarcísio e as eleições na Capital do Estado em 2024 figuram como uma espécie de terceiro turno das eleições de 2022, elevando o PSOL a um novo patamar que pode possibilitar uma disputa real de projeto de país e de poder, além de aumentar nossos desafios e responsabilidades com o exercício de governar.

5. Nosso objetivo central segue sendo a derrota da extrema direita. Portanto, devemos seguir estimulando a frente democrática, que foi fundamental para a derrota de Bolsonaro e seguirá necessária para enfrentar a direita e extrema direita na cidade de São Paulo.

6. Temos em nossas mãos a oportunidade de fazer história e colocar o PSOL em um patamar jamais alcançado desde a sua fundação. Desde agosto, partidos estão debatendo a sua tática eleitoral para a disputa das eleições de 2024, a federação composta por PT, PcdoB e PV já declarou apoio à uma possível candidatura de Guilherme Boulos que é nosso pré-candidato. Além da disputa da Prefeitura, teremos também a oportunidade de construir a maior bancada da história do PSOL na Câmara Municipal de São Paulo, superando a histórica eleição de nossos Vereadores em 2020.

7. Nesse processo, o PSOL deve disputar uma agenda de ampliação de direitos para os trabalhadores precarizados, reforçando lideranças com capacidade de dialogar com as periferias, especialmente mulheres, negras e negros, indígenas e LGBTQIA+ reafirmando o papel do PSOL como alternativa política antissistema.

8. Enfrentaremos o bolsonarismo e o atual prefeito de São Paulo. Isso exigirá do PSOL um posicionamento assertivo em 2024, bem como um diagnóstico apurado da cidade, um programa que responda às principais necessidades do povo e uma política de alianças progressistas capaz de chegar ao segundo turno e governar a cidade de São Paulo. A visibilidade da campanha de Boulos na capital também contribuirá para que o PSOL ocupe outro lugar de protagonismo nas disputas que ocorrerão em outros municípios do Estado, aumentando nossa responsabilidade nos processos de confronto eleitoral com a extrema direita. Por isso, a tática eleitoral do município de São Paulo deverá considerar o projeto estratégico do partido, bem como as chances reais de derrotar a extrema-direita, estimulando a unidade entre os setores que derrotaram o Bolsonaro em nível nacional.

São Paulo, 12 de novembro de 2023.